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Taís Araújo fala sobre o preconceito que os filhos podem sofrer por serem negros

Tais Araújo (Reprodução/Imnternet)

A atriz Taís Araújo, famosa atriz da Rede Globo, foi convidada para ser uma das palestrantes da TEDXSão Paulo que aconteceu em agosto, mas só teve vídeo divulgado nesta semana. Na palestra Taís fala sobre como é criar uma menino e uma menina, que são seus dois filhos. 

“A pergunta que mais me fazem é qual a diferença entre criar um menino e criar uma menina. E minha resposta é sempre muito imediata e a mesma: não vejo diferenças entre criar meninos e meninas. Estou criando dois indivíduos. Essa minha resposta, apesar de ser sempre a mesma, é uma mentira”, disse Taís.

“Eu vejo diferença entre criar meninos e meninas. Gênero é uma questão. Porque, quando engravidei do meu filho, fiquei muito aliviada de saber que no meu ventre tinha um homem. Porque eu tinha a certeza de que ele estaria livre de passar por situações vivenciadas por nós, mulheres. Teoricamente, ele está livre. Certo? Errado”, continuou a atriz.

“Errado porque meu filho é um menino negro. E liberdade não é um direito que ele vai poder usufruir se ele andar pelas ruas descalço, sem camisa, sujo, saindo da aula de futebol. Ele corre o risco de ser apontado como um infrator. Mesmo com 6 anos de idade.”

“Quando ele se tornar adolescente, ele não vai ter a liberdade de ir para sua escola, pegar uma condução, um ônibus, com sua mochila, com seu boné, seu capuz, com seu andar adolescente, sem correr o risco de levar uma investida violenta da polícia. Ao ser confundido com um bandido. No Brasil, a cor do meu filho é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada, escondam suas bolsas e blindem seus carros. A vida dele só não vai ser mais difícil que a da minha filha”, destacou Taís.

“Com a Maria Antônia eu me pego pensando o tempo inteiro em como nós mulheres somos criadas para agradar. O quanto nos silenciam e o quanto nos desqualificam o tempo inteiro. Quando penso o risco que ela corre simplesmente por ter nascida mulher e negra, eu fico completamente apavorada.”

“Para a gente se ajudar mutuamente, para que todos possam ter de fato as mesmas possibilidades. Porque, perante a lei, somos todos iguais, mas na prática, não somos. E isso não é um problema. As diferenças não causam problemas desde que elas não causem desigualdade. Para isso acontecer, tenho a sensação de que a gente tem que começar a olhar para o outro com humanidade, afeto. É um exercício. E entender que o outro é, sim, é uma extensão da gente”, concluiu atriz.

Confira o vídeo da palestra de Taís:

 

Redação

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