A ex-senadora Marta Suplicy é a entrevistada de Daniela Albuquerque no programa ‘Sensacional’ desta quinta-feira (16), às 22h45, na RedeTV!.
Atuante na política por mais de 30 anos, a também ex-prefeita de São Paulo e ex-ministra do Turismo e da Cultura comenta o fim de suas
atividades no cenário político, anunciado em 2018. “A vida é um ciclo e estou encerrando um, o da vida pública, isso de ter uma agenda marcada do momento em que acorda até a hora de ir dormir. Tive, por muitos anos, essa vida enlouquecida. Hoje faço o que quero”, diz.
Psicóloga e Sexóloga, Marta fala sobre a transição da televisão – onde apresentou, na década de 1980, um quadro sobre comportamento sexual e intimidade feminina no programa TV Mulher, apresentado por Marília Gabriela e Ney Gonçalves Dias, na Globo, na década de 1980 – para a política. Na época, ela era casada com o também ex-senador Eduardo Suplicy. “Nunca pensei em ser política. Político, em casa, era o
Eduardo. Como eu era da TV, o PT, que já era o partido do Suplicy, queria que eu me candidatasse. Quem está na televisão tem muita chance. Eu falava: ‘Não, faço outras coisas’. Até que comecei a perceber que o que eu fazia no programa tinha um limite”, relata.
Defensora dos direitos das mulheres, Marta faz um balanço entre gerações, recordado o modo como sua mãe enxergava o papel feminino na
sociedade e no casamento: “Eu digo para as minhas netas que o mais importante para a mulher é ter autonomia financeira. Porque teve u dia em que ficou claro para mim, que eu não queria ser igual a minha mãe. Eu a vi pedindo dinheiro ao meu pai para comprar um sapato branco
e ele respondeu que ela já tinha. Olhei aquilo e falei: ‘Eu, na vida, pedir dinheiro a alguém para comprar um sapato? Nunca”, afirma.
Em um momento mais íntimo do bate-papo, Marta comenta sua relação com a maternidade e conta que seus filhos, Supla, André e João, frutos de seu relacionamento de 36 anos com Eduardo Suplicy, jamais pensaram em ingressar na política. “Eles têm horror. Como o PT era um partido iniciante, as campanhas eram feitas em casa, então acho que eles foram um pouco prejudicados nesse sentido. Teve um dia em que o Eduardinho, o Supla, falou que não aguentava mais a situação, no dia seguinte, acordou e fez as malas para ir para casa dos meus pais. Demorou uns 15 anos para voltar”, relembra. “Estava um inferno aquela casa. Achei que era um menino decidido”.
Encerrando, Marta divide seus arrependimentos, medos, alegrias e responde se já pensou em ser presidente do Brasil. “Já passou pela
minha cabeça, quando eu ainda não tinha noção das coisas”, declara.