Dando continuidade à produção da HBO que teve início em 2019, sendo um grande sucesso de audiência e critica, a segunda temporada de ‘Euphoria’ não decepciona, porém não supera a sua antecessora em qualidade e trama. O segundo ano da série nos apresenta além dos dilemas de Rue (Zendaya), seu vício em drogas, seu relacionamento com Jules (Hunter Schafer) e sua família, mas abre bastante espaço para as tramas de seus coadjuvantes, além da introdução de novas figuras.
Ao dar mais destaque a alguns personagens, a premissa da segunda temporada aparenta ser mais robusta, mesmo que bagunçada em certos aspectos. O ponto principal deste ano, além é claro da recaída da protagonista, é o trio Nate (Jacob Elordi), Cassie (Sydney Sweeney) e Maddy (Alexa Demie), e a conturbada e tóxica relação que Nate mantém com as duas, desde o início sendo retratado como uma bomba prestes a explodir. Um desenvolvimento que pegou os espectadores de surpresa foi o de Carl Jacobs (Eric Dane), pai de Nate, nos apresentando o seu passado, sua paixão pelo melhor amigo na adolescência, o seu relacionamento com a mãe dos seus filhos, até o seu presente e como isso influencia o seu convívio extremamente toxico com Nate.
Um ponto desta temporada que aqueceu o coração dos fãs foi o destaque que deram ao traficante Fezco (Angus Cloud), nos apresentando o seu passado com a sua avô, que diga-se de passagem, tem uma das melhores cenas da temporada, sendo apresentada num take bem Quentin Tarantino, seu relacionamento com o irmão Ashtray (Javon Walton) e o seu extremamente fofo romance com a Lexi (Maude Apatow).
Os melhores pontos deste ano são, sem dúvidas, as atuações, que elevaram as já ótimos apresentadas na primeira temporada, com destaque óbvio para Zendaya: sua personagem não é fácil de ser retratada, porém a atriz agarra cada cena com uma emoção e sentimentalismo comovente, nos agraciando com uma das melhores atuações da década, que deve lhe render a sua segunda indicação ao EMMY, com grandes chances de mais uma vitória. Além dela, Sydney Sweeney consegue entregar uma grande variedades de emoções, sua personagem é complexa, emotiva e as vezes até insana, e a atriz consegue com maestria nos convencer de cada sentimento.
A direção dos episódios segue como sempre impecável, o que já se espera de uma produção da HBO. Com um visual já característico, a experiência sensorial criada por Sam Levinson segue impressionante. Utilizando efeitos práticos, a série consegue transmitir toda a empolgação e intensidade das cenas, acompanhada pela incrível trilha sonora de Labrinth.
Todavia, a série peca em alguns aspectos, principalmente no roteiro que as vezes deixa de lado certas tramas para focar em outras, alguns personagens importantes como a Kat (Barbie Ferreira) foram completamente esquecidas e inutilizadas nesta temporada, o que é uma pena já que a mesma tinha um arco incrível a ser trabalhado. Outra que foi quase apagada é a própria Jules, mesmo sendo uma das protagonistas, a mesma teve todo o seu desenvolvimento colocado na geladeira.
A segunda temporada de ‘Euphoria’ apresenta uma narrativa sombria sobre amadurecimento através da dor, tendo momentos tensos, apreensivos, divertidos, incríveis e outros nem tanto. Não decepciona e segue sendo uma das melhores séries da atualidade, mas não supera a primeira temporada.
This post was last modified on 05/03/2022 01:01
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