Nesta quarta-feira (08), saiu uma matéria especial no Uol Esportes sobre o atleta Diego Hypolito de 32 anos de idade. O ginasta já tinha sua sexualidade questionada há bastante tempo, mas ele nunca havia falado sobre o assunto e ele e teve muitos motivos para não falar, como por exemplo auto-aceitação, contratos, medo do preconceito de amigos e família.
Na matéria Diego faz muitos relatos sobre sua vida e sua sexualidade, ele tem a história de vida bem parecida com a de muitos gays de sua idade. Hoje em 2019, a homofobia ainda é muito forte, mas para muitos está mais fácil sair do armário, pois os LGBTs estão tendo voz e lutam pelos seus direitos, mas vale lembrar que essa luta não é de hoje.
Como muitos LGBTs, Diego não se aceitava pois ele era ensinado que ser gay era errado e coisa do demônio: “Fui criado na igreja, tenho uma tatuagem de Jesus crucificado no braço, até hoje frequento cultos da Bola de Neve… Eu tinha vergonha porque na minha cabeça ser gay era ser um demônio, um ser amaldiçoado que vive em pecado. Quando eu tinha uns dez anos, um treinador foi dizer para a minha mãe que ela devia mudar minha educação para que eu não virasse gay”, contou.
Para um homossexual uma das coisas mais dificeis na hora de sair do armário é contar para a família e Diego passou por isso. “Tinha uma origem humilde, do interior e religiosa. Eles nunca entenderiam. A gente passava por tanta dificuldade em casa… nem sempre tinha o que comer, chegamos a ficar meses sem energia elétrica. Como é que eu ia levar mais um problema para eles?”, contou.
Diego contou para a mãe que é gay, somente em 2014: “Estava me preparando para o Mundial da China quando tomei coragem para contar para ela. Não tinha coragem de falar por telefone, então, de novo, escrevi uma mensagem. Disse que a amava muito, que esperava que isso não fosse mudar a nossa relação, porque eu continuaria a amando da mesma maneira. Eu era gay. E não um demônio”.
Hypolito revelou que sofreu muito homofobia no esporte e não foi fácil: “Por mais que todo mundo tenha a impressão de que tem muito gay na ginástica, não tem. Todo mundo me zoava, zombava do meu jeito”, disse. “Já me prenderam em um equipamento de treino apelidado de “caixão da morte”, já me fizeram segurar uma pilha com o ânus e já me deixaram pelado, junto com outros dois atletas, para escrever no nosso peito a frase “Eu”, “sou”, “gay”. Uma palavra em cada um para nos humilhar”, revelou.